O curta, com roteiro e direção de
Hugo L.V. e Oliveira, apresenta Camila Ferrazzano no papel de Letícia. Vivendo
em sua residência durante o início da pandemia de Covid-19, mantém contato
diário com Karen, uma assistente virtual.
Já no início, Letícia se vê numa
situação devastadora, recebendo a notícia do falecimento de uma pessoa próxima
e a difícil decisão de retirar ou não o nome da pessoa da agenda virtual.
Produzido em 2022, “Ok, Karen” descreve com precisão as tristezas, medos e angústias de um período tão difícil. Karen reproduz várias opiniões sobre o vírus, desde orientações sanitárias até fake News relacionadas à origem do vírus. “Ok, Karen” é um Drama extremamente realista, pois retrata fielmente o que muitas pessoas vivenciaram na pele. E, quase três anos após o início da disseminação do vírus, o curta ainda é impactante, tanto por fazer o espectador relembrar do começo, como pelo trauma coletivo, que afetará toda a geração que precisou enfrentar a pandemia.
O curta usa ainda as vozes de
Lays Bezerra, como Karen, e Mirella Queiroz, no papel da mãe de Letícia, para
construir o universo sufocante, melancólico e sombrio da casa de Letícia. Os
aspectos técnicos também são extremamente eficientes para trabalhar na
construção desse ambiente de aflição e medo, ao qual a protagonista vive.
Com o aumento no número de mortes e o risco de contaminação, Letícia é afetada intensamente emocional e psicologicamente. Saber a porcentagem de risco de contaminação passa a ser uma constante na vida dela, ao ponto de viver sempre no limite mental.
“Ok, Karen” tem uma narrativa
muito interessante e um arco dramático angustiante e triste. O filme reflete
sobre como, num momento de obrigatoriedade de distanciamento social, a solidão
e o luto são elementos que afetam de forma implacável uma pessoa.
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