“Diversões Solitárias” apresenta um jovem que, de patins e de walkman, percorre por vários pontos da cidade de São Paulo, transitando entre várias pessoas e vendo muitas coisas em meio ao caos e ao barulho da metrópole.
Luiz
Nascimento interpreta o protagonista, que é muito mais do que apenas um jovem
que transita pelas ruas, cruzando com as pessoas e deixando de as ouvir devido
à música que escuta através do fone de ouvido. Entre o personagem que se
prepara para sair e o que retorna para casa, há muitas camadas sobre ele, que
servem para se refletir.
Mesmo
estando num lugar movimentado, com pessoas que procuram interagir, o universo
do personagem não é o mesmo da maioria das pessoas. O seu mundo é diferente,
fazendo com que ele seja diferente, pense diferente e deseje coisas diferentes.
Por mais que a cidade insista em igualar as pessoas como meras peças de um
imenso quebra-cabeças, as pessoas são únicas, com suas personalidades e
identidades.
O
filme tem uma carga dramática bastante impactante pela forma como o
protagonista se relaciona. Apesar de ser um filme lançado em 1983,
incrivelmente, ele consegue dialogar com a realidade atual, demonstrando o quão
difícil é estabelecer e manter vínculos. O isolamento e a solidão não é um mal
dos nossos tempos; ele parece estar impregnado na sociedade, criando universos
próprios onde muitas pessoas se satisfazem sozinhas.
“Diversões
Solitárias” é um Drama produzido com muita profundidade. O diretor Wilson
Barros, que também é o responsável pelo roteiro, extrai o máximo do que o texto
tem a oferecer. E os elementos técnicos de produção, como trilha sonora,
fotografia e arte, constroem com muita precisão o mundo do protagonista e como
ele lida com as suas ambições, prazeres e pensamentos.
“Diversões
Solitárias” é um filme que explora o emocional e o psicológico de uma forma
sensível, profunda, pontuando que a complexidade da mente humana não é algo
programado ou pré-definido, mas algo que é inerente ao temperamento e
personalidade de cada um.
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