sexta-feira, 11 de outubro de 2024

EU ZUMBI: COISAS DE BAR, OU PASSA A RÉGUA E TRAZ A CONTA (2011)

 O curta, com roteiro e direção de Alexander S. Buck, é uma realização da Onírios Produções. Assisti ao filme de 7 minutos sem saber a sinopse, gênero ou outros detalhes. “Eu Zumbi: Coisas de Bar, ou Passa a Régua e Traz a Conta” foi uma grata surpresa. Num primeiro momento, o filme nos dá algumas informações sobre o local, os clientes e a visão de dois dos protagonistas, para, em seguida situar o espectador no que ocorre (ou ocorreu), logo que o tumulto no bar se generalizou.


A escolha por produzir um found footage foi acertadíssima. E a mescla de duas perspectivas, dá um toque muito forte em tudo o que se desenrola do miolo para o final do curta. A técnica do split-screen, ou tela dividida, em dois planos foi muito bem executada, ao ponto de eu não saber dizer com exatidão qual o gênero do filme. Assistir às duas perspectivas (dos clientes e dos cineastas), me fez imergir de cabeça na realidade do curta. E o fato de ser um foun footage foi providencial. Na minha opinião, “Eu Zumbi: Coisas de Bar, ou Passa a Régua e Traz a Conta”, começa como uma Comédia e se torna um Suspense. No segundo ato, o filme ainda caminha pela Comédia, mas faz um uso certeiro do humor mórbido. E, no terceiro ato, na resolução final, diante da situação que fugiu do controle, a trama é obrigada a ser um Drama.



E é preciso ressaltar a qualidade da fotografia e montagem, pois o filme é composto por planos-sequências muito bem realizados, com a direção de fotografia de Caio Perim e a montagem de Ormando Neto. Esses dois elementos praticamente dão sustentação para que o filme pudesse ser com “câmeras” e “celulares” nas mãos. E o filme é impactante por isso. Não fosse essa a técnica utilizada pela equipe produtiva, talvez não fosse tão chocante.

O elenco, que conta com William Lannart, Erik Martincues, Samya Peruchi, Ormando Neto, João Barros, Caio Perim, Alexandre Brunoro e Magno Santos, além dos figurantes, tem atuações muito convincentes. Da ironia do primeiro personagem até o desespero final, tudo está muito bem encaixado. Em nenhum momento os realizadores deixam a peteca cair, com coesão narrativa e dramática impecáveis.

“Eu Zumbi: Coisas de Bar, ou Passa a Régua e Traz a Conta” é mais uma prova da capacidade e qualidade dos profissionais que trabalham com a produção nacional de curtas-metragens. O filme tem direção de produção de Magno Santos e a produção é de Daniele Micoids, Ingrid Holzmeister, João Barros e Marcelo Reis. O ótimo trabalho de maquiagem e efeitos especiais são de Alexandre Brunoro, com design gráfico e identidade visual de Lucas Cypriano.



Assistir “Eu Zumbi: Coisas de Bar, ou Passa a Régua e Traz a Conta” é uma ótima experiência. Além da excelente trama, percebemos também que toda a equipe técnica e criativa sabe o que está fazendo, entregando um trabalho com muita qualidade, criatividade e astúcia. Os realizadores demonstram que não tiveram receio em ousar e o resultado final é um filme perfeito.




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