sexta-feira, 25 de outubro de 2024

O BRILHO DA MORTE: 30 ANOS DO CÉSIO-137 (2017)

 O excelente documentário faz parte de uma série de reportagens produzidas pela TV Serra Dourada em 2017, narrando os fatos ocorridos em 1987 e afetando diretamente a vida da população inteira da cidade de Goiânia, com impactos traumáticos até hoje.

O acidente, causado por negligência dos ex-proprietários de uma clínica abandonada no centro de Goiânia, poderia ter sido evitado. Isso é o que mais impressiona a revolta ao assistir o filme e ouvir os relatos de vítimas, especialistas e jornalistas. É chocante, revoltante, triste e lamentável saber que tudo o que houve a partir do mês de setembro de 1987 poderia ter sido evitado se, simplesmente, um aparelho de radiologia tão perigoso estivesse num lugar seguro.

Como o aparelho estava num lugar abandonado e sem vigilância, dois catadores de sucatas tiveram acesso ao lugar, o retirando e vendendo para uma ferro-velho. O curta narra como o pó brilhante azul se tornou motivo de admiração e curiosidade entre várias pessoas. A contaminação se alastrou por várias partes da capital goiana e o evento com o Césio-137 tornou-se o maior acidente radioativo da história do Brasil e um dos maiores do mundo.

É triste ouvir das pessoas envolvidas como as suas vidas foram destruídas, pois além de mortes e sequelas físicas, muitas das pessoas que sofreram pela contaminação sofreram e sofrem ainda muito preconceito. Na época, a população de Goiânia sofreu com preconceito de moradores de outras cidades e estados.

“O Brilho da Morte: 30 Anos do Césio-137” é uma produção de Marcos Gallo, Jairo Menezes e Geovane Ázara, com roteiro e edição de Ázara. Utilizando imagens de arquivos pessoais e de outros meios de comunicação, o filme narra com extrema eficiência desde o dia em que o equipamento foi encontrado pelos dois catadores, o caminho que fez, como a contaminação se alastrou e como as consequências são sentidas até hoje.

É importante e necessário relembrar o caso de Goiânia, por vários motivos. O principal é servir de alerta para que casos como esse não aconteçam mais. É preciso que qualquer equipamento ou substância perigosa sejam manuseados por profissionais preparados e bem longe das pessoas comuns. É muito importante conhecer a história e os impactos causados por um acidente tão grave e que marcou a população brasileira. E é muito importante se solidarizar com as famílias afetadas e que têm problemas de saúde até hoje, 37 anos depois do acidente.




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