domingo, 10 de novembro de 2024

SOMBRAS (2017)

 

Lívia está trancada em seu apartamento durante um apagão. O detalhe é que a protagonista deste curta de Terror tem nictofobia, que é o medo irracional e potencializado do escuro, associando sentimentos de insegurança, ansiedade e pavor.

“Sombras” explora muito bem a fobia da personagem, que se sente um pouco mais aliviada ao falar com outra pessoa que mora no condomínio. Orientada pela pessoa que atende o telefonema, Lívia acende a lanterna do celular, procurando, aos poucos, se acalmar.

O curta tem uma construção de ambiente excelente, com uma fotografia eficiente e precisa, que extrai o máximo de luzes, sobras e escuridão. Muito da imersão se dá também pela grande atuação de Ariadine Mezzetti.

A trama traz o espectador para o pavor do escuro junto com a protagonista e, gradativamente, coloca num lugar seguro, à procura da claridade. Porém, nem tudo é o que parece. Às vezes, o escuro é o melhor lugar para se estar.

“Sombras” é surpreendente pela forma como é conduzido e pela eficiência dos elementos técnicos como direção, fotografia, arte, efeitos sonoros, e também pela coesão narrativa e dramática. O pouco que a personagem consegue ver no escuro reflete o seu estado mental durante o apagão. E não é somente porque a luz voltou, que traumas não possam se apresentar. Há mais coisas do que a personagem apenas vê ou seria alucinação? O barato do Terror psicológico é a gente poder especular sobre os personagens, suas ações e suas emoções.

“Sombras” é mais uma ótima produção de Terror da Hipnóticos Filmes e é um prato cheio para quem curte o gênero.




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