Lívia está trancada em seu apartamento durante um apagão. O
detalhe é que a protagonista deste curta de Terror tem nictofobia, que é o medo
irracional e potencializado do escuro, associando sentimentos de insegurança,
ansiedade e pavor.
“Sombras” explora muito bem a fobia da personagem, que se
sente um pouco mais aliviada ao falar com outra pessoa que mora no condomínio.
Orientada pela pessoa que atende o telefonema, Lívia acende a lanterna do
celular, procurando, aos poucos, se acalmar.
O curta tem uma construção de ambiente excelente, com uma fotografia eficiente e precisa, que extrai o máximo de luzes, sobras e escuridão. Muito da imersão se dá também pela grande atuação de Ariadine Mezzetti.
A trama traz o espectador para o pavor do escuro junto com a
protagonista e, gradativamente, coloca num lugar seguro, à procura da
claridade. Porém, nem tudo é o que parece. Às vezes, o escuro é o melhor lugar
para se estar.
“Sombras” é surpreendente pela forma como é conduzido e pela eficiência dos elementos técnicos como direção, fotografia, arte, efeitos sonoros, e também pela coesão narrativa e dramática. O pouco que a personagem consegue ver no escuro reflete o seu estado mental durante o apagão. E não é somente porque a luz voltou, que traumas não possam se apresentar. Há mais coisas do que a personagem apenas vê ou seria alucinação? O barato do Terror psicológico é a gente poder especular sobre os personagens, suas ações e suas emoções.
“Sombras” é mais uma ótima produção de Terror da Hipnóticos
Filmes e é um prato cheio para quem curte o gênero.
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