“Umbra” é uma realização da Bem+Mais e demonstra muitas qualidades,
tanto nos elementos narrativos, quanto dramáticos e técnicos. Num geral, toda a
equipe envolvida na realização do projeto, mandou muito bem, entregando um
filme com uma atmosfera densa, misteriosa e surpreendente.
Manter um filme, mesmo curto, dentro de um único ambiente é sempre um desafio. E a equipe criativa de “Umbra” se saiu muito bem. Primeiro apontando o isolamento da protagonista, interpretada por Jennifer Tenório, procurando inspiração para escrever uma história de Terror. A forma como os dois universos interagem é bastante interessante, com um ótimo uso da fotografia, criando uma crescente de medo e perigo com luz e sombras.
O curta traz o lembrete de que: algumas coisas são melhores de
serem feitas durante o dia. Mas aí, fica a indagação: o que é dia e o que é noite
na vida da protagonista? O que é criação proposital ou invasão criativa não
intencional?
Explorar o uso da Inteligência Artificial foi um grande acerto. Primeiro, porque realmente ajuda no processo de escrita, com descrições mais detalhadas de ambientes e, segundo, porque a IA pode além de criar um ambiente que precisa ser descrito, pode dar vida a um personagem, um lugar, um universo, ou quem sabe, um pesadelo. Aí, cabe questionar o estado emocional e psicológico da nossa protagonista e representante em tela, que já envolveu o espectador para dentro do seu mundo.
"Umbra" é um filme produzido por uma equipe que claramente sabe o que está fazendo e domina a arte de criar um bom Terror, com muita tensão e atmosfera opressiva. A forma como a equipe criativa manipula a escuridão, o som e os elementos visuais, nos mantém constantemente à beira do desconforto, tornando a experiência assustadoramente imersiva. É o tipo de terror psicológico que mexe mais com a mente do que com sustos baratos, levando o público a questionar a realidade e a sanidade da protagonista, assim como a própria.
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